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Refeitório (Tech)

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Refeitório (Tech)

Mensagem por The Union Ter Jun 11, 2019 9:52 pm

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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Alecsander Sowsfield Ter Jun 11, 2019 10:41 pm

O metabolismo humano e seus resquícios evolutivos era impressionante, o que restara daquela espécie tão destrutiva morava em uma lata de sardinha a quase quinhentos anos e a maioria ali ainda tinha dificuldades metabólicas relacionadas ao sono pela falta de iluminação natural.
Na verdade, o sol estava bem ali, ao lado deles, quase na mesma distância que da terra, mas os diversos escudos para proteger a população da radiação letal fazia com que o astro permanecesse a todo o momento com um brilho pálido que parecia tão distante.
Seus ancestrais provavelmente não valorizavam a atmosfera acima deles até perdê-la.
Malditos Russos”, pensou ele, era o pensamento que mais povoava sua mente, mas convenhamos, se os Russos não tivessem acelerado o processo de destruição do planeta, a humanidade em si teria se encarregado disso.
Agora, o lar ancestral da espécie era apenas uma bola azul e marrom a qual a estação espacial orbitava, esperando e lutando por uma chance de recuperar sua casa.
Já estavam ali a 497 anos.
Era engraçado como sempre pensava nisso quando estava perto do refeitório, talvez pelas grossas camadas de acrílico transparente que o separavam do espaço e davam uma vista direta para o que conheciam como Planeta terra, os corredores dos refeitórios tinham aquele piso talvez para induzir a vertigem em quem se atrevesse a olhar pra baixo, o que faria com que perdesse o apetite, boa estratégia.
Quando Alecsander parou diante da porta, apoiou a mão direita sobre o visor digital acoplado a parede, assim que a porta reconheceu sua identificação, se abriu, dando entrada para o espaço grande repleto de mesas metálicas com aparência estéril, era o refeitório mais sem graça entre todas as estações.
Poucos passos que o separavam do robô de serviço foram vencidos rapidamente, com uma precisão quase cirúrgica, o robô analisou a mesma mão direita que o engenheiro havia utilizado para abrir a porta, todas as suas informações de necessidades nutricionais estavam ali, gravadas em um microchip junto com todas as outras informações a seu respeito, era útil, principalmente para o robô detalhista que ele mesmo havia ajudado a projetar, que montava uma refeição ideal sem o mínimo de sobras e garantindo que nada faltasse para o bem-estar de quem era servido.
Alecsander pegou aquele prato e encarou, a refeição era composta por um farelo de cereais que diziam ser soja e milho, aditivos minerais e uma fonte proteica que variava entre suínos modificados, bovinos modificados e aves modificadas, tudo ali era modificado, e aparentemente a coisa sem gosto que os mantinham vivos daquela vez era o que se atreviam a chamar de frango.
Com o prato na mão e um copo de água (uma parte da porção diária a qual tinha direito), Alec olhou em volta, os habitantes de Tech eram, em sua maioria, nerds empolgados com novidades para os quais não tinha paciência, ou nerds arrogantes para os quais também não tinha paciência, então procurou a única mesa que não estava lotada de gente e burburinhos, era a hora do jantar e quem não pegasse sua ração naquele momento, teria que esperar o dia seguinte, todos estavam ali, era quase acolhedor saber que uma mesa inteira ainda tinha espaço, talvez a superlotação da união estivesse se resolvendo com o controle populacional.
Merely the sound of your voice made me believe that, that you were her just like the river disturbs my inner peace. Once I believed I could find just a trace of her beloved soul, once I believed she was all then she smothered my beliefs.



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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Morgan Cunninghan Ter Jun 11, 2019 11:15 pm

STARLIGHT...

"In the dead of night, you went dark on me."

O imenso globo azul pontilhado de grandes áreas marrons — diziam os velhos registros que era possível ver áreas inteiras verdes, ou iluminadas pelas luzes de cidades gigantescas — era o plano de fundo para a caminhada rápida e cautelosa de Morgana. Mesmo após seis longos anos caminhando dentre os corredores bem iluminados e claros demais para seus olhos, ela ainda se sentia estranha por ocupar o lugar que ocupava atualmente.

O delito de uma adolescente desesperada por respostas, as quais ela nem lembrava mais o porquê precisava tanto encontrar na época, havia sido o grande responsável por levar Morgan até onde estava agora: encaminhando-se junto a outros para a última refeição (se é que poderia chamar assim) do dia. Encontrara diários de bordo, vindos dos primeiros tripulantes de sua capsula-origem, que descreviam a saudade de como eram os dias antes de serem forçados à se enfurnar em espaçonaves e orbitar ao redor do planeta que tanto desvalorizaram. Até perde-lo, talvez para sempre.

Séculos, então, haviam passado, e tudo o que a humanidade conhecia havia mudado drasticamente nesse meio tempo. Parecia com uma velha animação que assistira certa vez, de um robozinho que lutava para levar a uma nave como aquela, com pessoas totalmente diferentes do que costumavam ser, de volta ao seu velho lar — que também fora destruído pelo descaso. O pensamento dos “nerds” da Tech roliços como no desenho a fez dissolver a carranca habitual em um riso que saiu alto demais e causou estranheza nos demais que dividiam uma das passarelas com ela.

O sorriso não durou, conforme usou do identificador implantado em sua mão destra para abrir o portal para o refeitório e dirigir-se ao robô que distribuía as provisões aos tripulantes. Lembrava das complicações ao criar os programas para os robôs, alinhar os identificadores aos cálculos que mediam as necessidades de cada um, conforme o que era preciso para a vida em cada um dos setores da Union, lhe rendera noites não dormidas, muitas dores de cabeça e brigas com mais pessoas do que podia lembrar dentro dos laboratórios de tecnologia.

Espalmou a mão sobre o leitor, e logo recebeu a bandeja com as provisões necessárias para suprir as necessidades de seu corpo;, certamente, receberia ainda naquela noite uma nota informando que deveria comparecer ao setor destinado à pratica de exercícios físicos (aquilo ajudava a gerar parte da energia dedicada à nave), ela provavelmente estava devendo dias de “caminhada” em esteiras. Bufou, perscrutando as mesas cheias, até encontrar um espaço relativamente vazio e seguindo para a mesa ocupada por apenas uma pessoa.

Ocupou um lugar, logo pegando os utensílios e cutucando sem muito entusiasmo o que seria frango e grãos (ela sabia, modificados ao longo de quase cinco séculos, e sem muito sabor que tornasse aquilo atrativo) — Meus ancestrais devem estar rindo para caralho nesse momento.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Alecsander Sowsfield Ter Jun 11, 2019 11:59 pm

Na primeira tentativa de cortar aquela carne insossa e seca, o garfo que o engenheiro segurava entortou um dos dentes, encarou o utensilio por alguns meros segundos, se questionando se o tipo de metal que tinham na estação seria tão ruim assim, deu de ombros para si mesmo e partiu para tentar “saborear” os cereais, que de sabor não tinham absolutamente nada, era trágico, mas real, comparar a refeição com um belo prato de isopor.
Levantou brevemente o olhar ao perceber a figura carrancuda que se sentava a sua frente, obviamente reclamando da ração que eles comiam, enquanto parava para observar as suaves marcas sardentas no rosto da jovem nerd a sua frente, se questionava se ela ainda sabia que se conheciam, na verdade, se questionava isso todos os dias.
– Ainda se lembra que temos teste de compatibilidade amanhã?
Ela levantou o olhar, encarando-o realmente pela primeira vez naquele dia, o que fez o jovem expressar um pequeno sorriso torto e balançar a cabeça, parando apenas para tomar um gole da água com gosto metálico que se atreviam a oferecer a eles.
– Um dia ainda vou encontrar o interruptor que faz você desligar do trabalho.
Depositou o copo sobre a mesa, tomando o cuidado de alinhá-lo a exatos noventa graus do prato e paralelo a colher que ainda estava sobre a mesa do outro lado da bandeja, seu TOC robótico era tão excêntrico que se expressava até nos mínimos detalhes, fazendo-o notar a hipocrisia de cobrar algo da mulher a sua frente que nem ele mesmo fazia, ainda não tinha encontrado o próprio interruptor.
Viver no espaço, trabalhando em troca de subsistência e tendo a vida totalmente controlada por um sistema de algoritmos que ditava cada passo que deveriam dar tinha seus efeitos sobre a tripulação, aos poucos as mentes estavam se tornando tão robóticas quanto as máquinas que os cercavam em todos os cantos.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Morgan Cunninghan Qua Jun 12, 2019 12:33 am

STARLIGHT...

"In the dead of night, you went dark on me."

Embora boa parte de seu trabalho fosse feito por intermédio de programas já prontos, era difícil para Morgana se desligar de uma rotina em que ainda precisava encarar muitas letras e números e sequências que precisavam ser lógicas à perfeição. Não foi surpresa o sobressalto que a voz de Alecsander lhe causou e — jamais admitiria —, uma quentura nas maçãs do rosto (ela torcia para que não se manifestasse em forma de rubor) — Não esqueci — tentou não soar nervosa sobre o teste e arriscou um sorriso; em dado momento, os governadores decidiram que duas pessoas se gostarem não era o suficiente para formar seres humanos mais fortes e inteligentes. Testes eram feitos desde cedo, inteiramente baseados na combinação de genes mais promissoras em dois — ou mais — indivíduos. — Estou evitando pensar muito se vamos passar ou não.

Aqueles que não combinassem entre si eram proibidos de manter o relacionamento afetivo, e por mais que não admitisse em voz alta, temia que o teste no dia seguinte a separasse de uma das únicas pessoas com quem realmente se importava dentro da lata de sardinha gigante que habitava. Lógico, junto ao teste vinha outro tipo de pressão sobre ombros jovens que deveriam estar aproveitando a vida sem as limitações de uma sociedade ainda se recuperando do maior colapso da história, mas poderia lidar com aquilo, se tivesse Alec consigo. Qualquer outro provavelmente a teria jogado nos eliminadores de resíduos na primeira crise de péssimo humor.

Direcionou a ele um sorriso, ainda mais depois de observar a maneira metódica com a qual ele organizava os utensílios distribuídos sobre a mesa. — Talvez você precise encontrar o seu botão de desligar antes de encontrar o meu, nerd chamou-o pelo título, agora carinhoso, que usava para referir-se a ele e ergueu as sobrancelhas, lançando a ele o melhor olhar debochado que conseguia.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Alecsander Sowsfield Qua Jun 12, 2019 12:54 am

Uma risada baixa e um leve encolher de ombros seguiram o último comentário da namorada, Alec pegou empurrou sua bandeja para o lado oposto da mesa, destruindo o alinhamento perfeito que tinha feito segundos antes, levantou-se e se sentou novamente ao lado da jovenzinha problemática que tanto adorava irritar.
Morgan, nossa árvore genealógica é o mais distante possível, nós dois somos inteligentes, saudáveis, bonitos, e você tem uma ótima capacidade de conversão alimentar – Usou um tom levemente humorado na última citação, cutucando suavemente a cintura da namorada – Não tem a menor chance do sistema não aceitar essa combinação, não é como se eu tivesse os mesmos genes da Manon que foi rejeitada com as últimas três combinações prováveis, convenhamos, semana passada o sistema aprovou o Cooper com a Harper, e eles são primos!
Voltou a dar uma garfada da sua gororoba, tentando afastar da própria mente que, na verdade, tinha sim os mesmos genes da irmã, mas se consolava por saber que ela adulterava os próprios testes para evitar qualquer combinação e usar isso como desculpa para se livrar dos pretendentes que tinha.
Enquanto tentava manter a própria linha de raciocínio ignorava a sensação de formigamento na mão direita, o sistema era projetado para só permitir proximidade física entre casais aprovados no teste de compatibilidade e familiares próximos, o que, diga-se de passagem, era um extremo preciosismo, como se alguém fosse evitar de jogar um casal no espaço por causa de uma procriação indesejada, pelo menos o microchip só vibrava na palma da mão, não dava choques ou algo parecido, era mais como um alerta.
Virou levemente o olhar para a jovem que agora encarava a comida com um olhar pensativo e a revirava com o garfo, deixou o próprio talher de lado e passou um braço ao redor dela, dando um beijo suave em seu ombro.
– Não se preocupe com o teste, é só um fio de cabelo em uma máquina que nós dois estamos cansados de manusear, se esse exame der errado sempre podemos adulterar.
Se permitiu um sorriso brincalhão, Alec era sempre impelido a lidar com tudo com humor, era sorridente, brincalhão, divertido, alguns até diziam que era idiota, mas era um idiota inteligente, melhor do que a maioria dos colegas naquele refeitório, que era só idiota, para ele, era a maior prova de que os testes genéticos não estavam melhorando a população tanto assim.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Morgan Cunninghan Qua Jun 12, 2019 9:14 pm

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"In the dead of night, you went dark on me."

Morgana olhou de soslaio para o namorado, cenho franzido em uma carranca — Eu sei que sou gostosa, não precisa ressaltar a cada cinco minutos — sorriu e se encolheu quando o rapaz a cutucou na cintura, devolvendo o gesto. A proximidade fazia com que o chip em sua mão emitisse um alerta incômodo, e revirou os olhos. Anos e a humanidade ainda não aprendera a prezar pela saúde mental das pessoas, alguns mal se diferenciavam das máquinas que operavam diariamente — Você sabe que Cooper alterou os dados dele algum tempo antes, e por isso deu certo, não é? A atualização do ano passado não permite relações consanguíneas para evitar a incidência de algumas doenças genéticas que ainda não foram extintas...

A enxurrada de informações saiu de forma automática, mas baixo o bastante para que ninguém além de Alec ouvisse. Sorriu à menção de Manon, e das vezes em que ela fizera o possível e o impossível para conseguir o que queria, apesar do nariz em pé e do egocentrismo, era uma mulher a se admirar. — Um dia ainda irão uni-la a alguém compatível compulsoriamente, ainda mais se ela tiver interesse em alcançar o posto de governadora; e que o universo tenha piedade de nós se esse dia chegar.

Riu-se e voltou a atenção para a comida. Teria mais duas horas de turno pela frente após a refeição, então, passaria as horas seguintes no quarto pequeno que ocupava nos alojamentos femininos. Por sua sorte, não tinha uma colega de alojamento — a maioria a evitava ao máximo desde que dera um soco em um analista idiota. Foi surpreendida pelo gesto carinhoso do namorado e o encarou, sem evitar o sorriso genuíno — Tentador, nerd. Se eu já não tivesse a ficha suja, aproveitaria o tempo que ainda preciso trabalhar hoje para pré-programar a máquina. —

Soltou um riso nasalado e olhou em volta antes de arriscar esticar o corpo e dar um beijo no rosto de Alec; por mais carrancuda (vestígios de uma infância passada em um lugar um tanto difícil de viver naquele conglomerado de naves) que fosse, Morgan achava simplesmente adorável a maneira como o rapaz sempre conseguia colocar alguma graça nas situações mais inusitadas.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Alecsander Sowsfield Sáb Jun 15, 2019 10:26 pm

Morgana era uma incógnita no começo, isso conseguia fazer Alecsander passar de relaxado a tenso em segundos, no começo, ele a observava de longe tentando entender aquela garota carrancuda e fechada, depois, passou a admirar a genialidade, e por fim, se pegou pensando naquela mulher antes de dormir, até hoje se alguém perguntasse qual foi o estopim da avalanche de sentimentos que tinha por ela, não saberia responder, e aquela garota fechada e carrancuda havia se tornado a sua garota fechada e carrancuda, eram uma combinação improvável quando se tratava de temperamento, mas, no fundo, combinavam, como sua irmã costumava dizer “O relacionamento humano jovem se resume a uma garota durona e surtada e um cara bobo atrás dela tentando evitar uma guerra!”, se não era a descrição perfeita do casal, não sabia o que mais poderia ser.
Enquanto estava próximo a ela, ainda com o braço ao seu redor, não se importava com os colegas no refeitório que lhes lançavam olhares incômodos, no dia seguinte fariam o teste de compatibilidade e poderiam parar com essa frescura de manter uma distância segura de trinta centímetros, enquanto estavam ali, Alecsander apenas a olhava e absorvia cada uma de suas palavras, a enxurrada de informações que ele já conhecia, os comentários ácidos e totalmente verídicos a respeito da irmã, o apelido que, antes irônico, mas agora carinhoso, que ela havia destinado a ele, cada uma das informações devidamente armazenada em seu subconsciente, até mesmo a sensação de formigamento que ficou em seu rosto depois de um beijo rápido, era a sensação que ficava em sua pele sempre que ela o tocava, como uma corrente de eletricidade fluindo.
Ali, ainda a olhando, com um breve sorriso de canto, se deu ao luxo de dizer em um tom baixo, apenas para ela:
– Não perca seu tempo, não precisamos alterar nada, se o sistema não for bom o suficiente para deduzir que somos um casal perfeito, então eu começo uma rebelião que esse imenso complexo habitacional nunca viu em seus quase quinhentos anos de existência.
Talvez um exemplo exagerado, mas real, e sabia que ela entenderia a mensagem séria por trás da piada, Alecsander Sowsfield jamais permitiria que um algorítimo idiota o afastasse da sua garota rebelde.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Morgan Cunninghan Sáb Jun 15, 2019 11:37 pm

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"In the dead of night, you went dark on me."

Lembrava a primeira vez que vira Alec, assim que fora praticamente sentenciada a trabalhar no complexo Tech: o rapaz bem-humorado e engraçadinho do setor de robótica, com uma grande inclinação a construir e liberar animais mecânicos nos laboratórios. Seu primeiro contato direto foi ao encontrar um rato passeando no chão de sua área de trabalho, riu ao lembrar que restringira o acesso da sala em que ele estava e carregou o robô até lá, quase o amassando contra a bancada em que o rapaz trabalhava. Ela não falara nada, ele não falara nada. Uma troca muda de olhares: um surpreso e um completamente raivoso.

Naquele dia, Morgan se virara e saíra do laboratório de robótica sem nem olhar para trás. Depois de um tempo, notou o rapaz a observando pelos vidros que outrora dividiam os ambientes, com o tempo, passou a observa-lo também.

Foi sua perdição. Alecsander era o cara que sorria constantemente, que falava sozinho (e xingava) com os robôs que passava o dia analisando e construindo, que tratava a todo mundo com o mínimo de educação, que a fazia olhar por cima do monitor de tempos em tempos e fazia o coração disparar a cada vez que notava os olhos esverdeados em si. Meses depois do episódio do rato, eles trabalharam juntos pela primeira vez na implantação dos robôs dos postos de alimentação; depois disso, uma amizade se formou e Alec pouco a pouco rompeu os escudos que ela erguera ao longo dos, então, vinte anos de vida.

Morgana tivera uma criação rigorosa; não havia espaço para sentimentalismo com a mãe, ela tampouco ensinara sobre a profusão de sentimentos que uma pessoa poderia lhe causar se, mesmo inconscientemente, descobrisse a porta de entrada. As escolas mal tocavam no assunto, e livros de romance não a interessavam.

E ali estavam, quatro anos depois, e o mesmo reboliço de sentimentos ainda a tomava conforme ouvia sua voz e gravava cada mínima expressão — Você causaria mesmo a quarta guerra mundial por mim? — perguntou, apoiando a cabeça no ombro forte do rapaz — Também te amo — disse, sem emitir som algum e buscou pela mão dele, entrelaçando seus dedos aos de outrem.

Estavam quebrando muitas regras, e não duvidava que logo lhes enviariam um alerta pelo comunicador, o segundo alerta fora a vibração do chip. Mas valia a pena, e logo não haveria mais limitações.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Alecsander Sowsfield Dom Jun 16, 2019 12:10 am

Prendeu os dedos aos dela como se aquele pequeno gesto pudesse tirar da mente de ambos o teste do dia seguinte, esses pequenos e raros momentos de proximidade que conseguiam ocasionalmente eram a luz no meio da rotina automática que já seguiam a anos, e claro, o jovem trocaria toda a rotina por mais momentos assim.
- Nunca duvide da minha capacidade de lutar por você, Hacker.
Aparentemente, haviam se passado três minutos de contato físico, devidamente notificados com um choque baixa frequência emitido pelo microchip em sua mão, que o fez se retrair imediatamente, apertando os próprios dedos ligeiramente, o choque o fez lançar o seu xingamento habitual.
- Malditos Russos!
Soltou o ar com força, frustrado com a situação, obviamente, em condições normais, ele estaria prestes a beijar a namorada, mas ali, no maldito espaço onde se abrigaram por culpa dos malditos russos, ele mal conseguia segurar a mão dela, viver ali não podia ser chamado de vida, em três anos de contato próximo e seis meses de relacionamento, podia contar nos dedos quantas vezes havia conseguido realmente beijar a namorada.
Olhou de canto para a namorada, empurrando levemente o lábio inferior em um bico, pronto para começar um longo monólogo reclamando de cada um dos aspectos da vida de ambos naquele lugar, mas em vez disso, apenas encolheu os ombros, desviando o olhar e alcançando o garfo sobre a mesa.
- Não é justo você deveria ter aceitado ficar comigo quando eu pedi pela primeira vez.
Morgana Cunninghan era uma mulher difícil, poucos meses depois de se aproximarem ele havia decidido que a queria, claro que ela deveria querer também, mas como bom nerd que é, o rapaz não era muito bom com mulheres, essa particularmente apresentou muita resistência, até finalmente conseguir roubar um beijo rápido na ponte de transporte entre Tech e a Fazenda, esperava que o beijo (devidamente escondido no ponto cego das câmeras de segurança) fosse precedido por um tapa, mas o que recebeu foi outro beijo, consideravelmente mais empolgado que durou tempo suficiente para ambos ganharem um choque de alta frequência, gostaria de um dia poder dizer que as coisas foram fáceis depois disso, mas Morgana sempre conseguia fazer parecer que nada tinha acontecido, sempre que Alecsander passava por um escudo, encontrava outro por baixo.
Que bom que era um nerd teimoso, do contrário, teria desistido depois de um ano de investidas frustradas.
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Re: Refeitório (Tech)

Mensagem por Morgan Cunninghan Sáb Jun 22, 2019 12:15 am

Oh, I should be runnin'
Oh, you keep me coming for ya
But every touch is oh, la, la, la
Sentiu calor. Do peito ao restante do corpo, e achou-se a criatura mais patética que aquela espaçonave já vira, mas uma criatura patética... Feliz? É, de certo. Diria que ela socaria até os governantes por ele, mas não pode conter o sorriso que surgiu.

Mesmo quando o choque lhe percorreu a mão destra e o braço, a obrigando a interromper o contato, não conteve a risada — principalmente após Alec soltar o xingamento favorito de seu arsenal.  Notou alguns nas mesas próximas os encarando com o cenho franzido (pela ousadia, ou por serem eles ali, não sabia) e apenas arqueou uma sobrancelha, em um olhar de aviso. Alguns tiveram a decência de voltar a cuidar da própria vida.

— Como você acha que seria se ainda vivêssemos na terra? — Questionou, de repente, cenários de como seria a vida caso não tivessem acabado com, talvez, o único planeta capaz de comportar vida confortavelmente num raio de anos luz dali, passando em sua cabeça — Acha que iríamos nos conhecer lá?

Olhou para Alec e sorriu amarelo perante a reclamação do namorado. De fato, Morgana demorara algum tempo para finalmente parar de fugir do que sentia por Alecsander Sowsfield — por mais que negasse aquilo mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa, e apesar de quase não apresentar resistência a maioria das vezes em que ele se aproximava. Foi um ano de “vai ou não vai” (sim, negando as aparências e negando as evidências).

— Desculpa por ser uma plantinha com emoções complicadas e a nenhuma ideia de como lidar com elas. — Brincou, arqueando uma das sobrancelhas e levando à boca um dos últimos resquícios dos alimentos em sua bandeja. Fez uma careta para a comida insossa. — Não teremos mais problemas depois de amanhã, nerd — não poderia desrespeitar o segundo aviso, ou seriam convocados ao escritório do governador da Tech e ter o teste suspenso por mais alguns meses, ou eles ficariam proibidos de manter qualquer tipo de contato. Suspirou, arrumando uma mecha teimosa do cabelo castanho claro que insistia em atrapalhar sua visão — Malditos Russos!
Sentiu calor. Do peito ao restante do corpo, e achou-se a criatura mais patética que aquela espaçonave já vira, mas uma criatura patética... Feliz? É, de certo. Diria que ela socaria até os governantes por ele, mas não pode conter o sorriso que surgiu.

Mesmo quando o choque lhe percorreu a mão destra e o braço, a obrigando a interromper o contato, não conteve a risada — principalmente após Alec soltar o xingamento favorito de seu arsenal.  Notou alguns nas mesas próximas os encarando com o cenho franzido (pela ousadia, ou por serem eles ali, não sabia) e apenas arqueou uma sobrancelha, em um olhar de aviso. Alguns tiveram a decência de voltar a cuidar da própria vida.

— Como você acha que seria se ainda vivêssemos na terra? — Questionou, de repente, cenários de como seria a vida caso não tivessem acabado com, talvez, o único planeta capaz de comportar vida confortavelmente num raio de anos luz dali, passando em sua cabeça — Acha que iríamos nos conhecer lá?

Olhou para Alec e sorriu amarelo perante a reclamação do namorado. De fato, Morgana demorara algum tempo para finalmente parar de fugir do que sentia por Alecsander Sowsfield — por mais que negasse aquilo mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa, e apesar de quase não apresentar resistência a maioria das vezes em que ele se aproximava. Foi um ano de “vai ou não vai” (sim, negando as aparências e negando as evidências).

— Desculpa por ser uma plantinha com emoções complicadas e a nenhuma ideia de como lidar com elas. — Brincou, arqueando uma das sobrancelhas e levando à boca um dos últimos resquícios dos alimentos em sua bandeja. Fez uma careta para a comida insossa. — Não teremos mais problemas depois de amanhã, nerd — não poderia desrespeitar o segundo aviso, ou seriam convocados ao escritório do governador da Tech e ter o teste suspenso por mais alguns meses, ou eles ficariam proibidos de manter qualquer tipo de contato. Suspirou, arrumando uma mecha teimosa do cabelo castanho claro que insistia em atrapalhar sua visão — Malditos Russos!
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Re: Refeitório (Tech)

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